A cerclagem uterina é um procedimento cirúrgico realizado para prevenir o parto prematuro, especialmente em mulheres com histórico de insuficiência cervical. Esta condição é caracterizada pela incapacidade do colo do útero de permanecer fechado, elevando o risco de parto antes das 37 semanas.
O procedimento envolve o reforço do colo do útero por um médico especializado, que coloca suturas ou um anel ao redor dele para mantê-lo fechado até o momento do parto.
Quais as diferenças entre cerclagem vaginal e cerclagem abdominal
A cerclagem vaginal é feita entre a 12ª e a 16ª semana de gestação, utilizando um fio ou banda para suporte extra, geralmente sob anestesia epidural. É indicada apenas durante a gravidez e não é recomendada para mulheres que não estão grávidas, mesmo com histórico de abortos.
A cerclagem abdominal é uma alternativa quando a cerclagem vaginal não é viável ou não teve sucesso anteriormente. Realizada através de pequenas incisões no abdômen, é uma opção para casos específicos em que a abordagem vaginal não é possível. Ambas as técnicas visam proporcionar uma gravidez mais segura e evitar o nascimento prematuro.
Quando realizar a cerclagem uterina
Idealmente, a cerclagem uterina é recomendada antes da concepção. No entanto, se isso não for possível, o procedimento é geralmente realizado após a 12ª semana de gravidez. A técnica laparoscópica ou robótica é preferível devido à sua natureza minimamente invasiva, que tende a oferecer uma recuperação mais rápida e com menos riscos de complicações.
Para se preparar para a cerclagem uterina, que pode ser tanto um procedimento de emergência quanto um agendado, é importante tomar algumas precauções:
> Discuta todas as suas dúvidas com o médico especialista, incluindo detalhes sobre a cirurgia, o processo de recuperação e os possíveis riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.
> Procure se abster de relações sexuais por aproximadamente uma semana antes da cirurgia, ou siga as orientações específicas do seu médico.
Realize um ultrassom para monitorar os sinais vitais do bebê, como os batimentos cardíacos, e para verificar a presença de qualquer malformação fetal.
> Além disso, o médico pode solicitar exames adicionais, como a análise das secreções cervicais e a amniocentese, para detectar possíveis infecções. Esses cuidados pré-operatórios são essenciais para garantir a segurança e o sucesso do procedimento.
A cerclagem uterina é uma intervenção cirúrgica que visa prevenir o parto prematuro, e como qualquer procedimento médico, apresenta certos riscos. É muito importante que a paciente discuta esses riscos com o seu médico para que possa tomar uma decisão informada. Os riscos associados à cerclagem uterina incluem:
⦁ Infecção: qualquer cirurgia pode levar a infecções, afetando o colo do útero ou tecidos próximos.
⦁ Sangramento: durante ou após a cerclagem, pode ocorrer sangramento que necessite de atenção médica.
⦁ Ruptura das membranas: embora raro, o procedimento pode causar ruptura das membranas amnióticas, resultando em perda de líquido amniótico e possíveis complicações fetais.
⦁ Contrações uterinas: a cerclagem pode induzir contrações, causando desconforto.
⦁ Reação anestésica: algumas pacientes podem reagir negativamente à anestesia.
⦁ Ruptura cervical: em situações excepcionais, pode ocorrer ruptura do colo do útero, uma complicação grave.
⦁ Lesão de órgãos: lesões em órgãos adjacentes podem acontecer acidentalmente.
⦁ Insuficiência cervical persistente: mesmo após a cerclagem, a insuficiência cervical pode continuar levando a problemas na gravidez.
⦁ Parto prematuro ou aborto: em alguns casos, a cerclagem pode não prevenir o parto prematuro ou aborto.
Qual é o tempo de recuperação para a cerclagem uterina
A recuperação tende a ser rápida, com retorno às atividades normais em três a cinco dias, evitando os esforços excessivos. É importante ressaltar que a cerclagem vaginal pode ser removida após 37 semanas de gestação. Já a cerclagem abdominal não é retirada , podendo ser mantida para futuras gestações. As decisões sobre o procedimento devem ser tomadas em conjunto com o médico especialista.
Medidas após a cirurgia
Após realizar a cerclagem uterina, alguns cuidados são essenciais para assegurar o bem-estar da gestante e do desenvolvimento fetal:
⦁ Descanso adequado: é fundamental manter um período de descanso, especialmente após o procedimento, para facilitar a recuperação e minimizar riscos. Atividades que demandam esforço físico devem ser limitadas. No entanto, o repouso absoluto é raramente indicado durante a gestação.
⦁ Moderação de atividades: práticas que possam pressionar o colo do útero, como carregar peso, devem ser evitadas para prevenir qualquer tensão na área suturada.
⦁ Abstinência sexual: a recomendação geral é evitar relações sexuais durante a gravidez para diminuir o risco de complicações que possam levar ao parto prematuro.
⦁ Atenção aos sinais: fique atenta a qualquer sinal de complicações, como sangramento intenso, dores abdominais agudas, contrações frequentes ou indícios de ruptura da bolsa amniótica. Em tais situações, procure assistência médica imediatamente.
⦁ Consultas regulares: mantenha um acompanhamento médico constante para monitorar a saúde da gestação e a eficácia da cerclagem.
Cada gestação é única, e os cuidados necessários podem variar. É imprescindível seguir as recomendações do seu médico para garantir uma gravidez segura.
Lembre-se, a cerclagem uterina é indicada quando os benefícios são maiores que os riscos, particularmente em casos com alto risco de insuficiência cervical. Embora as complicações não sejam frequentes, a decisão de realizar a cerclagem deve ser tomada após uma avaliação detalhada por um especialista, considerando o histórico clínico e as condições específicas da gestante.
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