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Os 6Ds da Endometriose

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Os 6Ds da Endometriose

Os indicadores conhecidos como “os 6 Ds” são um tipo de abordagem inicial para identificar sinais de endometriose, facilitando o reconhecimento precoce da condição tanto por profissionais de saúde quanto por pacientes. Essa estratégia destaca características-chave que podem sugerir a presença da doença, embora a confirmação exija avaliação médica detalhada, incluindo exames de imagem como ressonância magnética ou ultrassom especializado. 

O que é endometriose?

A endometriose é uma condição recorrente onde o tecido que normalmente reveste  o útero por dentro cresce fora dele. Esta condição pode afetar mulheres em qualquer fase da vida reprodutiva e é conhecida por causar inflamação e dor, especialmente durante o período menstrual.

O processo de diagnóstico da endometriose

O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada. Um exame ginecológico pode revelar nódulos ou espessamentos suspeitos. Se a endometriose estiver presente em áreas mais altas do intestino, ela pode não ser detectada apenas pelo exame físico, mas exames de imagem e histórico clínico podem ser necessários para fornecer mais clareza.

Exames complementares

Exames de imagem como ultrassom transvaginal com preparo intestinal, especialmente quando feitos por profissionais experientes, são essenciais para um diagnóstico preciso. Em muitos casos, também solicitamos  uma ressonância magnética pélvica para localizar e avaliar a extensão das lesões.

A endometriose é uma condição ginecológica que pode se manifestar através de diversos sintomas, frequentemente agrupados em seis categorias principais, conhecidas como os “6 Ds”. Estes sintomas são:

1° D – Dor na menstruação 

Esta dor, muitas vezes intensa, ocorre em torno do período menstrual e pode começar dias antes. A intensidade da dor geralmente atinge seu pico nas primeiras 24 horas e diminui gradualmente. Pode ser acompanhada de outros sintomas como dor de cabeça, náuseas, alterações intestinais, dor nas costas e aumento da frequência urinária.

2° D – Dor na relação sexual

Conhecida como dispareunia, essa dor pode ser sentida durante a penetração e pode variar de superficial a profunda. A dispareunia profunda, sentida no fundo da vagina, pode aumentar com o movimento e pode afetar negativamente a vida sexual da mulher, levando a uma diminuição do desejo sexual, ansiedade e impacto na autoestima.

3° D – Dor ao evacuar 

O tecido endometrial, que normalmente reveste o útero, pode se desenvolver em torno do intestino, causando dor abdominal intensa, especialmente antes da menstruação. Isso pode afetar a função intestinal e levar a alterações nos hábitos alimentares.

4° D – Dor ao urinar

A presença de sangue na urina, ou hematúria, é um sinal de alerta que pode indicar endometriose, entre outras condições graves. Associada frequentemente ao ciclo menstrual, a hematúria pode ser acompanhada de dor ao urinar. A endometriose pode afetar a bexiga e a parte inferior dos ureteres (e os nervos hipogástrcios), causando inflamação e, potencialmente, sangramento.

5° D – Dor pélvica crônica 

As mulheres podem experimentar variações na sensação de dor na região pélvica, que tende a se intensificar no período pré-menstrual e durante a menstruação. Essas sensações podem ser acompanhadas de fluxo menstrual abundante e episódios de sangramento fora do ciclo regular. Esses estímulos dolorosos são frequentemente classificados como dor pélvica crônica quando dura mais de seis meses.

6° D – Dificuldade para engravidar 

Aproximadamente 30% a 40% das mulheres que buscam assistência para engravidar são diagnosticadas com endometriose, que pode afetar a fertilidade em até 40% das mulheres que têm a doença.

A dificuldade para conceber pode ser atribuída a vários fatores, incluindo alterações anatômicas causadas por cicatrizes e fibrose decorrentes da inflamação crônica. Essas mudanças podem distorcer ou bloquear as tubas uterinas, dificultando a captura do óvulo ou a movimentação dos espermatozoides.

Além disso, a inflamação relacionada ao tecido endometrial ectópico pode levar à liberação de substâncias inflamatórias que afetam negativamente a reprodução, interferindo na migração dos espermatozoides, ovulação, fertilização, migração embrionária, qualidade do embrião e receptividade do útero.

Tratamentos para endometriose

O tratamento inicial da endometriose é adaptado ao estágio da doença e aos sintomas individuais, com o objetivo de mitigar a progressão e melhorar a qualidade de vida. 

Tratamentos não cirúrgicos incluem o uso de medicamentos para reduzir a inflamação e a dor, bem como terapias hormonais que podem regular o ciclo menstrual e aliviar os sintomas. No entanto, essas abordagens tendem a ser paliativas, focando no alívio dos sintomas ao invés de erradicar a doença.

Em casos mais severos, onde há envolvimento significativo de órgãos como intestinos, ovários e bexiga, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. A cirurgia busca remover o tecido endometrial anormal e restaurar a anatomia normal, preservando a função dos órgãos afetados. Procedimentos minimamente invasivos, como a laparoscopia e a robótica, são preferidos, permitindo uma recuperação mais rápida, geralmente dentro de duas semanas, dependendo da natureza do trabalho da paciente. 

Embora a endometriose seja uma condição complexa, um diagnóstico correto é o primeiro passo para um tratamento eficaz. Se você está enfrentando sintomas que podem ser atribuídos à endometriose, é importante consultar um ginecologista o quanto antes para uma avaliação completa e discussão das opções de tratamento disponíveis.

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