Os miomas uterinos são tumores benignos que se desenvolvem no útero de algumas mulheres em idade reprodutiva. Eles são compostos por tecido muscular e podem variar em tamanho, desde pequenos nódulos até grandes massas. Embora a maioria seja assintomática, algumas mulheres podem experimentar sintomas como sangramento menstrual intenso, dor pélvica, pressão na bexiga ou intestino, e até mesmo dificuldade para engravidar.

Existem diferentes tipos de miomas, classificados de acordo com sua localização no útero. Compreender suas particularidades é essencial para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado. Eles podem ser classificados de acordo com sua localização no útero e embora sejam, em sua maioria, benignos, é essencial monitorá-los com atenção. As principais categorias de miomas e suas respectivas localizações, são:

– Mioma pediculado

É uma forma específica de mioma uterino que se desenvolve na superfície externa do útero e está ligado por uma haste. Esse tipo de mioma é caracterizado pela sua mobilidade, o que permite que ele se mova ou mude de posição dentro da cavidade abdominal. 

– Mioma subseroso

Assim como o mioma pediculado, ele está localizado na parte externa do útero, mas diferente do anterior ele é considerado “fixo”, o que significa que não possui uma haste que o conecte ao útero.

– Mioma intramural

Ao contrário dos outros tipos, que crescem na superfície externa do útero, o mioma intramural fica localizado dentro da parede muscular do órgão.

– Mioma submucoso

Se desenvolve na cavidade uterina, ou seja, fica alojado para dentro do útero, na camada mais interna do órgão, conhecida como endométrio. Diferentemente de outros tipos de miomas, o mioma submucoso cresce em direção à cavidade uterina e é o principal tipo responsável pelo aumento do sangramento uterino anormal..

– Mioma intraligamentar

Esse tipo de mioma pode crescer nos ligamentos largos, que conectam o útero à parede pélvica lateral  e que podem criar uma barreira física que interfere no caminho percorrido pelos espermatozoides até o óvulo e pelo embrião até o útero.

Como é feito o diagnóstico dos miomas

O diagnóstico dos miomas uterinos é feito através de exames clínicos, de imagem e, em certos casos, procedimentos invasivos. O objetivo principal é identificar a presença dos nódulos, avaliar seu tamanho, localização e características, além de diferenciá-los de outras condições semelhantes. Para alcançar esse diagnóstico, é crucial que as pacientes estejam atentas aos possíveis sintomas e busquem um profissional de saúde especializado.

Quando se trata de determinar o tipo específico de mioma, os exames de imagem desempenham um papel fundamental. A ultrassonografia e a ressonância magnética são especialmente úteis nesse processo, pois fornecem informações detalhadas sobre a localização exata do mioma dentro do útero, o que dá aos médicos uma compreensão mais precisa da condição. 

Tratamento dos miomas

A localização dos miomas dentro do útero pode ser determinante no tratamento, pois cada tipo pode exigir uma abordagem diferente. Além disso, outros fatores como o histórico de saúde do paciente, desejo de ter filhos, gravidez atual, idade e sintomas também devem ser considerados pelo profissional ao definir a abordagem mais adequada. Existem diversos tratamentos disponíveis para os miomas uterinos:

• Pílulas anticoncepcionais e dispositivos intrauterinos (DIUs): são utilizados para aliviar os sintomas.
• Suplementos de ferro: são prescritos para prevenir ou tratar a anemia causada por menstruações intensas e prolongadas.
• Analgésicos: podem ser recomendados para aliviar as cólicas menstruais ou dores associadas aos miomas.
• Histeroscopia: é um procedimento cirúrgico realizado para remover os miomas que crescem dentro da cavidade uterina. É uma opção adequada para mulheres que desejam preservar o útero e ter a possibilidade de engravidar.
• Miomectomia: é uma cirurgia que envolve a remoção dos miomas do útero e a preservação do órgão. É uma opção viável para mulheres que desejam ser mães, pois permite a preservação do útero e a possibilidade de gravidez no futuro. Deve ser feita, de preferência pela via minimamente invasiva.
• Histerectomia: é a remoção completa ou parcial do útero, reservada apenas para casos mais graves e quando a mulher não tem o desejo de ter uma futura gestação.

Uma técnica moderna e altamente eficaz chegou ao nosso país e o Dr. Thiers é um dos pioneiros nessa abordagem. Trata-se da Ablação por Radiofrequência dos Miomas Uterinos, um procedimento realizado via vaginal no qual uma agulha é cuidadosamente inserida no mioma, o que permite sua destruição térmica controlada. 

E lembre-se sempre: todo ÚTERO é preservável, até que ELE diga o contrário. 

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