O sexo deve ser uma experiência de prazer e intimidade, não dor ou desconforto. No entanto, ainda hoje, muitas mulheres enfrentam o tabu e a vergonha de discutir abertamente questões relacionadas à sexualidade, mesmo com seus parceiros. Isso pode gerar bloqueios tanto emocionais quanto físicos, levando a problemas mais graves.
É fundamental romper essa barreira e procurar um ginecologista ao perceber algo errado durante a relação sexual. Falar sobre sintomas, receios ou desconfortos pode ser o primeiro passo para identificar possíveis condições médicas e receber o tratamento adequado.
Existem dois quadros muito comuns que se apresentam nas mulheres e, infelizmente, muitas não possuem o diagnóstico. De forma resumida, podemos explicar assim:
Se durante as relações sexuais com penetração, você sente dores frequentes e persistentes, isso pode ser classificado como dispareunia. Se você sente que a penetração é algo muito difícil ou impossível devido à contração dos músculos da vagina, é possível que você esteja lidando com vaginismo.
O que é dispareunia?
Dispareunia é o termo usado para descrever a dor recorrente durante o ato sexual. Na verdade, a dor pode surgir em qualquer tipo de penetração, seja durante o sexo, na introdução de um espéculo em um exame ginecológico, ou até mesmo ao usar um absorvente interno.
A dispareunia é considerada primária quando a dor ocorre desde a primeira relação sexual e persiste ao longo da vida. Já quando a mulher começa a sentir dor após anos de relações sexuais satisfatórias, a condição é chamada de dispareunia secundária. Existe também a dispareunia situacional, que ocorre apenas com determinados parceiros ou situações.
Embora a dispareunia possa afetar pessoas de ambos os sexos, ela é mais comum entre as mulheres.
O que é vaginismo?
O vaginismo é uma condição em que ocorre uma contração involuntária dos músculos ao redor da entrada vaginal, dificultando a penetração e provocando dor durante a relação sexual.
A real incidência desta condição na população ainda é desconhecida, já que muitas mulheres não se sentem à vontade para discutir problemas sexuais com seus médicos. No entanto, algumas pesquisas indicam que até 40% das mulheres podem vivenciar algum grau de vaginismo ao longo da vida.
O vaginismo também pode estar fortemente associado a outras formas de dispareunia, podendo surgir como uma consequência destas. As mulheres que sofrem de dispareunia por outros motivos podem desenvolver episódios de vaginismo devido ao medo de sentir dor durante a relação sexual. Nesses casos, o vaginismo acaba se tornando mais uma causa de dor, além do problema inicial.
Como se faz o diagnóstico e o tratamento da dispareunia e do vaginismo?
>> Dispareunia
Primeiramente, buscamos identificar em que momento a dor ocorre – se durante a penetração profunda ou logo no início da relação. Essa informação é essencial para um diagnóstico preciso.
Dor na penetração profunda pode indicar condições como endometriose ou a presença de miomas, enquanto desconforto no início do ato pode estar ligado a questões musculares, como o vaginismo. Isso ajuda na definição de tratamentos específicos, focados na causa real da dispareunia.
Para um diagnóstico completo, são realizados exames médicos, como o ginecológico, além de testes laboratoriais e, em alguns casos, exames de imagem para detectar possíveis condições. É fundamental também colher informações detalhadas sobre os sintomas, incluindo a frequência e a duração da dor. Além disso, uma avaliação do estado emocional, histórico médico, experiências sexuais anteriores e fatores psicossociais é essencial para identificar possíveis causas emocionais, como ansiedade, estresse, traumas ou dificuldades no relacionamento.
Em muitos casos, a dispareunia pode ser tratada com sucesso. O caminho para a recuperação exige paciência e um tratamento adequado.
>> Vaginismo
Ainda não existe um exame específico para diagnosticar o vaginismo. O ideal é que a avaliação seja feita por um ginecologista ou um fisioterapeuta pélvico com experiência em disfunções sexuais.
O profissional de saúde pode realizar um exame físico para identificar possíveis anormalidades ou infecções na região genital, que são algumas das causas físicas do vaginismo. Além disso, é essencial discutir a história sexual da paciente, os sintomas apresentados, fatores emocionais e quaisquer outros problemas de saúde que possam estar relacionados à condição.
Muitas mulheres podem sentir desconforto ao abordar seus sintomas com o médico ou até mesmo ter dificuldade em descrever com precisão o que estão sentindo. Nesses casos, procurar o apoio de psicólogo pode ser muito útil, ajudando a identificar fatores emocionais ou psicológicos que possam estar relacionados ao vaginismo.
O tratamento normalmente requer uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir terapia, aconselhamento para casais, exercícios de relaxamento e, em alguns casos, o uso de dilatadores vaginais.
Se, ao conhecer mais sobre condições como dispareunia e vaginismo, você perceber que seus sintomas não correspondem ao que seria considerado normal, procure a orientação de um especialista. Esse profissional poderá realizar os exames necessários, fornecer um diagnóstico preciso e indicar as melhores opções de tratamento para cuidar da sua saúde e bem-estar.
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